terça-feira, 10 de novembro de 2009

Prestadores de serviço da Furnas demitidos recebem mensagem inusitada no contracheque


"Por maior que seja o buraco em que você se encontra, sorria, porque, por enquanto, ainda não há terra em cima". A frase, típica de parachoque de caminhão, não foi lida na estrada. Apareceu, logo abaixo da informação "líquido a receber", no comprovante de pagamento de setembro de funcionários prestadores de serviços a Furnas Centrais Elétricas, contratados pela empresa de engenharia Enesa. Detalhe: a frase seguiu até mesmo para os empregados que estavam sendo demitidos, junto à carta de aviso prévio.
A Enesa diz estar apurando o que aconteceu. "Ainda não conseguimos localizar o autor da frase”, diz Vitor Eduardo Mororó, supervisor de Recursos Humanos da Enesa. “Acreditamos que tenha sido obra de algum hacker que invadiu o sistema interno da empresa. Em setembro tivemos a visita de um analista de sistema da Totvs que mexeu no banco de dados. Não há certeza, mas pode ter sido ele".
Procurada pela reportagem, a assessoria de comunicação da Totvs informou que a empresa não recebeu qualquer comunicado da Enesa relatando a suspeita de violação do banco de dados e que, portanto, não se pronunciaria a respeito.
Mororó conta que chegaram ao departamento de RH da Enesa telefonemas de funcionários reclamando da frase impressa no contracheque, não só de prestadores de serviços de Furnas. "Quando fomos verificar o sistema, vimos que a inscrição estava fixa no banco de dados. Não conseguíamos apagá-la. Tivemos de gerar outro documento para imprimir os comprovantes de pagamento de outubro, sem a frase", diz.
Mesmo que a Enesa tenha sido alvo de uma invasão de sistema, os funcionários que tiverem se sentido lesados podem acionar a Justiça por dano moral individual e coletivo, sustenta Grijaldo Coutinho, juiz do Trabalho e ex-presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra).

"A empresa tem de provar que foi atacada”, afirma Coutinho. “O juiz do trabalho ainda deve avaliar se ela não foi relapsa, se deixou seu sistema desprotegido a ponto de ter um documento importante alterado dessa maneira."


Depois de descoberto o erro, a Enesa, segundo Coutinho, deveria ter pedido desculpas com a máxima urgência a seus funcionários. "Uma frase dessas representa uma relação de trabalho que não podemos tolerar, a de que o empregado é submisso e tem que aguentar todo tipo de pressão", diz  ele.

O IG obteve cópia do contracheque de um técnico de informática demitido que continha a frase. Fonte: Ig





Que frase linda para quem tá na arruela...

Isso que é sacanear com a cara do peão




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